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G1 SP

Tarifa de ônibus em SP vai subir para R$ 5 a partir de janeiro de 2025

O reajuste será de 13,6%. Tarifa não era reajustada desde 2020. Prefeito também apresentou o novo secretário de Transportes, Celso Caldeira.


A Prefeitura de São Paulo vai aumentar a tarifa de ônibus para R$ 5 a partir de 6 janeiro de 2025. O reajuste será de 13,6%.


A tarifa na cidade está congelada em R$ 4,40 desde janeiro de 2020, último ano que houve reajuste, ainda na gestão do ex-prefeito Bruno Covas (PSDB), e a inflação no período foi de cerca de 32% de acordo com o IPCA. A Prefeitura argumenta que caso a tarifa considerasse a recomposição da inflação, passaria dos R$ 4,40 para no mínimo R$ 5,84.


O valor foi apresentado pela SPTrans - a empresa de transporte do município - durante a reunião do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT), realizada nesta quinta-feira (26).


Na reunião, a administração municipal chegou a cogitar reajuste para R$ 5,20, aumento de 18,2%.


O novo valor será encaminhado Câmara Municipal dos Vereadores. Todas as gratuidades existentes estão mantidas, bem como a integração entre até quatro ônibus em um período de três horas.


O prefeito Ricardo Nunes (MDB) também anunciou nesta quinta o novo secretário de Transportes, Celso Caldeira. Indicação técnica, Celso é economista e atua na área de transporte (leia mais abaixo).


Em entrevista cedida à GloboNews no dia 18 de dezembro, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) explicou que o valor da tarifa é impactado por uma série de fatores, como preço do diesel, dissídio de funcionários, estimativa de inflação e alta do dólar.


Ao longo de sua campanha nas eleições de 2024, Nunes não confirmou ou negou os planos de reajuste para o próximo ano. Ele seguiu o discurso de que tinha a intenção de manter o valor congelado, mas não poderia ser irresponsável com as contas do governo.


Neste ano, o sistema municipal de transporte custou R$ 11,4 bilhões, enquanto sua receita atingiu R$ 11,3 bilhões. Mais da metade do valor arrecadado foi proveniente de subsídios da prefeitura, a chamada "compensação tarifária", que chegou a R$ 6,7 bilhões.


Evolução dos custos e receitas do transporte público municipal de São Paulo — Foto: Reprodução/SPTrans

De acordo com a SPTrans, a cada R$ 0,10 de reajuste, a receita tarifária do transporte aumentaria R$ 106 milhões por ano.


Na reunião do CMTT, os conselheiros e representantes da sociedade civil se colocaram contra o aumento. Eles questionaram a SPTrans sobre a qualidade do transporte ofertado, o tamanho da frota em circulação e até sobre os dados referentes à arrecadação de tarifa, uma vez que o Ministério Público investiga uma fraude no sistema do bilhete único, gerido pela empresa.


Desde a gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), os reajustes da tarifa dos ônibus municipais e do Metrô eram feitos em parceria com o governo de São Paulo, equiparando o valor da tarifa do sistema municipal com os transportes estaduais (Metrô, CPTM e trens metropolitanos privatizados), em razão do bilhete único conjunto entre todos os modais.


Contudo, em 2023, véspera de ano eleitoral, Nunes optou por manter os R$ 4,40 da tarifa congelada pelo quarto ano seguido, mesmo com o aumento para R$ 5,00 promovido pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) nos outros modais que atendem a cidade.


Novo secretário


Celso Jorge Caldeira é economista, formado em Ciências Econômicas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, com ampla experiência em gestão pública e ênfase no transporte coletivo de passageiros.


Na Secretaria dos Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, esteve à frente da Coordenadoria de Transporte Coletivo (CTC), responsável pela gestão, coordenação, articulação e acompanhamento da execução da política estadual de transportes metropolitanos de passageiros nas regiões metropolitanas do Estado, abrangendo os sistemas metroferroviário operado pala Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e Companhia do Metropolitano de São Paulo (METRÔ), bem como de ônibus, VLT, trólebus e demais modais de interesse metropolitano, sob a gestão da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU/SP).


O economista Caldeira tem ampla experiência em concessões públicas, monitoramento de operações e contratos, fiscalização, regulação e análise de indicadores de desempenho, visando a eficiência na gestão e a melhoria na prestação dos serviços públicos.


Atuou também como membro do Comitê de Elegibilidade e Aconselhamento do Conselho de Defesa dos Capitais do Estado de São Paulo (CODEC) e como coordenador da Comissão de Monitoramento de Concessões e Permissões (CMCP), órgão responsável pela implantação, gestão, monitoramento, acompanhamento, fiscalização e regulação de todos os contratos com a iniciativa privada, no âmbito da Secretaria dos Transportes Metropolitanos, envolvendo as linhas metroviárias.

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