Caos no transporte coletivo de Palmas vai além do preço da passagem; prefeitura comenta
Notícias de Palmas - A redução temporária de R$ 2,00 na tarifa do transporte coletivo de Palmas trouxe alívio momentâneo ao bolso dos passageiros, mas uma questão crucial permanece sem resposta: o que acontecerá após o dia 31 de março? A Prefeitura ainda não anunciou se a medida será prorrogada novamente ou se o valor retornará ao patamar anterior, deixando milhares de usuários em suspense.
Enquanto isso, os problemas estruturais – como a falta de acessibilidade, ônibus superlotados e desrespeito aos passageiros – seguem intocados, revelando que o desafio vai muito além do preço da passagem.
Incerteza que angustia passageiros
Com apenas quatro dias restantes até o fim da redução tarifária, trabalhadores, estudantes e usuários do transporte público ainda não têm respostas claras:
A tarifa reduzida será mantida?
Caso não seja, quando a Prefeitura irá comunicar oficialmente?
O que será feito para melhorar a qualidade do serviço, independentemente do valor cobrado?
“Não adianta só baratear a passagem se o ônibus não tem rampa para cadeirante, se o motorista ignora o passageiro e se os horários não são cumpridos”, reclama Maria Luiza, 20 anos, estudante. "Precisamos saber com antecedência se devemos apertar ainda mais o orçamento ou se pelo menos esse benefício será mantido por mais tempo. E, hoje mesmo, uma cadeirante não conseguiu embarcar por conta da falta de acessibilidade".
Estrutura precária: o verdadeiro problema por trás da tarifa
Enquanto o debate sobre a redução do valor da passagem domina as discussões, os relatos de quem utiliza o transporte todos os dias evidenciam que o problema é mais profundo:
Falta de acessibilidade: Passageiros com deficiência continuam sendo deixados para trás em pontos sem a infraestrutura adequada.
Descaso no atendimento: Os usuários relatam que os motoristas ignoram pedidos de parada e adotam condutas específicas.
Frota insuficiente: Horários irregulares e ônibus lotados são frequentes, especialmente durante o horário do pico.
Problemas recorrentes nos ônibus: Há constantes reclamações sobre a demora nos ônibus, veículos quebrados, portas que não funcionam, ar condicionado defeituoso ou com vazamento de água, além da falta de ônibus em alguns horários. Para os veículos que não possuem ar condicionado, não é possível abrir as janelas, o que torna a viagem insuportável, especialmente nos dias mais quentes.
Condições precárias de higiene: Os passageiros relatam que o interior dos ônibus é sujo, com poeira e mofo, tornando a viagem ainda mais desconfortável.
Atendimento insatisfatório: muitos motoristas foram descritos como mal-educados, o que agrava a experiência dos passageiros, que se sentem desrespeitados e negligenciados.
"Reduziram a tarifa, mas só até o final deste mês. E, caso o valor volte a aumentar, o que vamos ganhar em troca?", questiona Gabrieli Gonçalves, estudante de arquitetura, que enfrenta atrasos quase todos os dias.
Privatização virá com soluções? Ou será só mais do mesmo?
A concessão de transporte público à iniciativa privada, já autorizada pela Prefeitura, é vista com esperança por alguns e com ceticismo por outros. Enquanto o processo não é concluído, a população cobra:
Transparência no processo de privatização: Quais empresas assumirão? Que melhorias serão renovadas de forma contínua?
Prazos claros: Quando as mudanças efetivas chegarão aos passageiros?
Garantia de direitos: Acessibilidade, segurança e respeito não podem ser negociáveis.
O transporte público que Palmas merece
A redução da tarifa foi um primeiro passo, mas os palmenses exigem muito mais: um sistema de transporte que funciona de verdade, com ou sem desconto. Se a Prefeitura não se pronunciar em breve sobre a continuidade da medida, milhares de pessoas poderão ser pegas de surpresa no dia 1º de abril – e isso não pode ser ignorado.
O que diz a Prefeitura de Palmas?
"A Prefeitura de Palmas, por meio da Agência de Transporte Coletivo de Palmas (ATCP), reconhece que usuários do transporte público têm enfrentado atrasos pontuais devido à redução da frota, ocasionada pela manutenção diária dos veículos. A gestão municipal ressalta que herdou uma frota em situação precária, com muitos ônibus sem condições adequadas de circulação, o que tem impactado a qualidade do serviço prestado.
Apesar dos desafios, tem adotado medidas para minimizar os impactos e melhorar a qualidade do serviço. Primeiro, a gratuidade no mês de janeiro e, em seguida, a redução da tarifa para R$ 2,00, uma determinação do prefeito Eduardo Siqueira Campos, já que o serviço ainda não é de qualidade, como espera a gestão.
Além disso, há o edital de licitação para concessão do transporte público à iniciativa privada que está em fase final de análise pelos órgãos de controle e deverá ser publicado em breve. O objetivo é garantir um sistema mais eficiente e moderno para os moradores da Capital.
A ATCP reforça que preza pela qualidade do serviço e pela segurança dos passageiros. Por isso, todos os motoristas passam por treinamentos periódicos e devem seguir um conjunto de condutas para garantir um atendimento adequado e uma condução responsável dos veículos.
A Agência reafirma seu compromisso com a melhoria contínua do transporte coletivo, assegurando que trabalha para renovar a frota, garantir maior pontualidade nas operações e oferecer um serviço seguro e eficiente à população de Palmas."
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